O Perfume de Adão, Jean-Christophe Rufin

1.1. O Perfume de Adão
1.2. Jean-Christophe Rufin
1.3. Editora ASA
1.4. Fevereiro de 2010

2.1. O livro foi-me aconselhado pelo professor de psicologia que se disponibilizou inclusive a emprestar a obra. O que me cativou foi essencialmente o tema da narrativa. Considerando-me uma defensora dos animais e do ambiente e, demonstrando-o dentro do possível, interessou-me o tema do terrorismo ambiental.

3.1. Jean-Christophe Rufin é um escritor francês, nascido em 1952. Estudou medicina e, em 1977, entrou na sua primeira missão humanitária, na Eritreia, em África. A sua vida tem sido, desde sempre, pautada por eventos e participações em ações humanitárias, tendo sido, em 1986, nomeado conselheiro do secretário de Estado dos Direitos Humanos. No mesmo ano publicou a sua primeira obra, “Le Piège Humanitaire”. Em 1991, tornou-se vice-presidente da organização “Médicos Sem Fronteiras”. Atualmente, o autor colabora com o Instituto de Estudos Políticos de Paris, bem como com a organização “Action Contre La Faim”.

Fig. 2 - Fotografia do autor do livro, Jean-Christophe Rufin.

3.2. No que diz respeito às suas obras, foi condecorado com o Prémio Goncourt e Mediterrannée com o seu primeiro romance “L’Abyssin”. Dois anos mais tarde, publicou Les Causes Perdues e ainda venceu, novamente, o prémio Goncourt, em 2001, com o romance Rouge Brésil. Em 2003, foi publicada a sua obra Globalia. Já em 2010, saiu em Portugal O Perfume de Adão, cujo título original é Le Parfum d’Adam.

Fig. 3 - Versão francesa da capa do livro L'Abyssin.

4.1. Thriller Ecológico

4.2. A história inicia-se com uma operação cujo objetivo aparenta ser apenas o resgate de alguns animais aprisionados num laboratório, para fins experimentais e ilícitos. Todavia, veremos que a missão não é tão transparente e inocente quanto se crê. Paralelamente, dois ex-agentes da CIA são recrutados por uma agência privada que se encarrega deste mesmo caso, sendo engolidos por uma teia de conspirações e jogos de poder no mundo da ecologia radical.

4.3. “À sua volta, o chão enchia-se de detritos de vidro e metal, inundado de líquidos coloridos. A ameaça do silêncio desaparecera, substituída por uma alegre cacofonia de estouros e explosões. Juliette experimentava uma profunda satisfação por assim imprimir a sua marca no mundo. Ela que habitualmente era descrita com particular incidência na sua calma, reserva, timidez, via de repente o seu ser profundo revelar-se na glória efémera de uma metamorfose, como uma larva na qual tivessem subitamente crescido asas enormes.”

Esta é uma das citações que mais gosto, na medida em que demonstra, por meio de uma comparação, como se sente a personagem que luta por uma boa causa, mas que, no entanto, comete um crime. Assim sendo, apelou-me a forma como foram descritas as sensações da personagem, sentindo-se livre, como se descobrisse o seu verdadeiro "eu" e esse mesmo lhe agradasse.

4.4. Apesar de a minha leitura não estar ainda concluída e correr o risco de, no fim, me desiludir, o livro tem uma narrativa cativante que prende o leitor às páginas desde o início. A história tem, portanto, várias personagens que são cruciais ao seu desenvolvimento, mas que, no início, não têm qualquer relação umas com as outras e, por essa mesma razão, existem várias narrativas paralelas ao longo do livro, permitindo que o leitor se situe na história e nos seus eventos com todas as diferentes personagens. Como já referi, o tema é extremamente interessante e traz-nos uma nova corrente literária, bastante equilibrada e bem desenvolvida, em que tudo está relacionado, sem que assim, aparentemente, o pareça.

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http://www.infopedia.pt/$jean-christophe-rufin